Existem momentos na vida de um amante da literatura em que ele reconhece que fez merda. Isso é ainda pior na vida de um Nerd, porque enquanto ele reconhece a necessidade de virtudes como regularidade gramatical e ortográfica (que são secudárias à primazia da qualidade da obra como renovadora da produção literária), ele não pode deixar de notar que o livro que ele acabou de ler, tão aclamado pela crítica e pelos amigos, é uma bela de uma bosta.
É isso aí. Há algumas semanas atrás, terminei de ler O Código Da Vinci (BROWN, Dan. Editora Sextante, 2004), e levei algumas semanas negando o fato com todas as forças do meu ser. Mas como diria aquele cavalheiro com diarréia galopante, "não dá mais pra segurar".
O livro é muito ruim mesmo.
O autor tenta criar uma versão best-seller de O Pêndulo de Focault, do mestre Umberto Eco, cheio de conspirações, mistérios, revelações surpreendentes sobre mistérios ocultos mesclados com informações apóscrifas, sociedades secretas e seus não menos secretos participantes.
E claro, eu nem preciso dizer, mas ele falha miseravelmente.
Recheado de pequenos segredos "ocultos", no melhor estilo aprenda-mesmo-sendo-um-americano-idiota, ele usa personagens caricatos, bidimensionais, em uma trama tão óbvia quanto idiota. E o pior é que ele é parte de uma série!
Vrdaeddeiramente deprimente. Muito pouco do livro se salva, e quando eu digo muito pouco, eu digo quase nada. Se querem um romance bem mais interessante, procurem pelo O Enigma do Oito, de (NEVILLE, Katherine, Editora Best Seller, 1988), uma intrincada trama de sociedades secretas recheada de interessantes reviravoltas, xadrez, física subatômica, novela das oito e mistérios que a humanidade não pode conhecer.
Mas voltando ao lixão: ainda não sei como é que eu fui comprar aquela porcaria baseado apenas na opinião de uma amiga e de um colega de classe. Quer dizer, a minha amiga ainda passa - ela é às vezes meio impressionável, embora costume acertar nas escolhas. Mas na de um colega de classe... Tsc, tsc. Uma misaelada daquelas.
Deixem-me terminar com um "não comprem e não leiam", pelo menos, se puderem evitar. Este livro é como uma droga psicodélica: cara e faz mal aos neurônios. E pra piorar, só dá bad trip.