3.3.04

Para o sábado que vem...

Primeiro, gostaria de agradecer a presença de todo mundo que, num desses sábados da vida, veio em caravana até minha humilde choupana de prazeres nefastos para degustar de nosso churrasco dionísico. Espero que o serviço tenha estado à altura, pois o esforço pessoal foi tremendo - rendeu até o sacrifício de uma tábua de carne seminova aos deuses do fogo! (OK, quem estava por lá se lembra bem...)

Agora, para este sábado (não, não tem churrasco, esqueçam), se por um acaso for o meu jogo, eu recomendo que você comecem a assistir Alias, Identidade Secreta (no People&Arts) ou Missing. Ou os três, de preferência.

O motivo? Aguardem...

1.3.04

Além do bem e do mal e do feio

Uma das coisas que me é mais difícil é discutir filme. Muito embora eu goste de sentar na sala escura, rodeado pela escuridão antes da tela prateada ganhar vida e luz, cercado pelo cheiro de pipoca, refrigerante e ouvindo o murmúrio revente de "ahhhs" e "ohhhs" dos fãs e dos infrequentes gracejos pré-adolescentes da legião de tecno-gladiadores imberbes da FNJO, eu tenho uma certa dificuldade em bater papo logo depois do filme.

Motivos? Ora, quando eu vou ao cinema, eu tenho duas necessidades preementes: Uma, é assistir algo que desafie meu raciocínio, seja com reviravoltas sutis e geniais do roteiro, ou com complexas discussões sobre seja lá o que for o tema escolhido.

A outra é ser maravilhado pelo filme. Ser sacudido na cadeira, ter meus olhos arrebatados pela riqueza visual, a mente bombardeada pela trilha sonora e o coração posto em disparada pela performance dos atores, por cada sílaba cem vezes planejada antes de sair de seus lábios.

Essencialmente, eu quero que quando sair do cinema, eu me sinta decepcionado por minha realidade não ser como a do filme. Eu quero fazer parte do que assisto. E, se ao sair do cinema, eu me sinto como se o chão tocasse meus pés com leveza, eu sei que foi assim.

Contudo...

Contudo, ao sair do cinema (se eu vou acompanhado, o que é inevitável, se você costuma andar com uma cambada de nerds, e mais ainda, se você é por desígnio divino e direito de nascença, um deles), vem a inevitável pergunta: "gostou?"

Qualquer resposta que eu der será complicada... Mas continuo depois.

(um dia depois...) Mas porquê será complicada? ora, simplesmente por que eu direi "homessa! É claro que sim!" E perguntarei de volta: "E você?" Bom, aqui é que a coisa realmente se complica. Se ele também gostou, tudo bem. Agora, se não gostou...

"Mas porque danado você não gostou?"

"porque o filme é uma merda. E grande. E fedida. E o autor nem teve a decência de cortá-la no meio."

"Mas como assim, ´uma merda´?"

"Uma merda, oras. Uma merda é uma merda que é uma merda. Tinha uma merda no meio do caminho..."

(risos abafados de nerd)

"Certo, mas precisamente por qual motivo tudo no filme fede, tudo é uma merda?"

"porque sim!"

E esse argumento, prezados leitores, é o que faz o sangue ferver e a chaleira apitar. É o que me traz a compreensão do motivo de veteranos do Vietnã adentrarem lanchonetes de fast-food com suas caminhonetes brandindo submetralhadoras automáticas em um regozijo descontrolado de chumbo e morte. É aquilo que eu mais desprezo em uma discussão, quando o $#%@! de uma %$$#@$ responde uma brilhante (ou pelo menos razoável) interpelação com um "porque eu acho que é assim!"

É por um desses motivos da vida que sempre que eu vou ao cinema, tomo muitíssimo cuidado com as minhas companhias.

Alive and Kicking Ass

Para os que já soltavam rojões com a minha (aparente) morte prematura como blogueiro, podem desistir: eu sou mais difícil de morrer que personagem de quadrinhos da Marvel. Quando você pensa que o desgraçado foi pra terra dos pés-juntos depois daquela explosão mega-ultra nuclear, ele volta. O outro que morreu era um clone, um andróide, ou mesmo um clone andróide. Ou ele estava na explosão mesmo, mas não morreu - voltou. E agora está radioativo...

Bom, como diria a Denise, "começou tão bem...", em um ar meio de troça que creio ser em paga aos comentários pouco amigos que deixei em seu blog. Mas a vida é assim: vai, volta e depois de algumas voltas, fica enjoada, tonta e começa a vomitar.

Mas o que é que eu estava falando mesmo? Ah, sim, o Blog.

Por motivos alheios à minha vontade, e que não irei citar aqui (minha bem-amada esposa desenvolveu um torcicolo de escala titânica, meus empregadores acham que eu só preciso ser pago uma vez a cada dois meses, meu carro só quer pegar com um resultado de 2 em 2D6, minhas cachorras estão com uma infecção nas orelhas, meu plano médico estava mais atrasado que o reembolso do Plano Bresser), eu tive que me afastar do Blog. Infelizmente, este tempo (que será pranteado por sete dias e sete noites, quando o lamento das mulheres e o grito de desespero dos homens será ouvido por quilômetros sem fim) foi necessário, embora doloroso, mas já chegou ao fim. Aguardem uma nova fase e um novo e supreendente layout para o Balaidegato.

Tenho Dito!