14.5.04

Minha turma, minha tragédia
ou: Eu mereço!

Bem, como eu já falei de algumas peças mais brilhantes da minha turma, perdidos dentro da crassa neblina de absoluta ignorância, que cerca a maioria, vou aqui acrescentar mais alguns indivíduos interessantes (nem que seja pela absoluta falta de interesse que eles geram), com os quais eu vou tomando conhecimento e contato à medida em que salto de um grupo para outro durante as atividades coletivas (seminários, estudos, essas coisas).

Tem um camarada que grudou em mim (tá, podem começar a baixaria - o inferno já não me é mais tão distante, seja como local ou conceito), não sei se já passaram pela experiência. Acho que se eu tivesse uns quinze anos a menos e fosse o fodão da sala, iria adorar ter uma malta de rejeitados da evolução seguindo cada passo meu e imitando meu vestir, trejeitos, penteado, etc.

O negócio é mais ou menos por aí. O cara tem um vinte e um, vinte e dois anos, e é a mais infeliz expressão do tipo humano conhecido como bobo-alegre-tentando-parecer-escroto-e-não-conseguindo-nem-com-a-moléstia. Vocês conhecem o tipo (eu ia dar exemplos, mas ia acabar citando amigos, tem gente que não ia gostar, enfim). Depois que o cara participou de uma discusão em grupo que eu tive de carregar nas costas sem mesmo ter lido o texto (nunca aqueles anos todos de adolescência mal gastos entre livros e documentários me foi tão útil) nem nada, porque o resto do grupo, além de não ter lido o texto, também não estava nem aí pro peixe. Fiz um comentário sobre o assunto, desenvolvi um argumento, citei exemplos, fiz uma conclusão. A professora ficou surpresa (era o meu segundo dia na disciplina e ela nunca tinha visto minha cara antes), elogiou, coisa e tal.

Era o que bastava. Agora todo estudo ou trabalho em grupo é "Petras, venha pro nosso grupo", "Petras, vamos fazer este trabalho", "Petras, tenha um filho com..." - ops! - Isso não teve ainda não.

De qualquer maneira: o camarada (como diria Yuri) é até inteligente, consegue juntar A+B e chegar a C, lê os textos dados e coisa e tal. Mas é muito... Deixem-me encontrar o termo sócio-cultural correto...

Pombão.

Pronto, é isso mesmo. O termo, imortalizado em minha pré-adolescência, indica seres (geralmente do sexo masculino) que possuem razoável capacidade intelectual, mas que não têm nem dez centavos de escrotice - mínima que seja para a perpetuação da espécie - em sua personalidade.

Aí fica difícil. Mas sempre se pode argumentar legítima defesa ou erro de julgamento: "ele pulou na frente do carro - eu juro!" ou: "Eu achei que ele estava se engasgando, e tentei fazer uma manobra Heimlich para ajudá-lo. Mas como é que eu ia saber que a manobra não era com as duas mãos no pescoço?"

Ah, uma baladeira...

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