Ontem eu fui bater no blog do dudu, o Dulldu, a convite de nossa querida-em-comum Denise (embora, obviamente, ela seja mais querida do Eduardo, claro), e dei com aquele texto madrugador de obviedade lógica-sem-sentido que só nerd entende e - feliz ou infelizmente - só nerd pode apreciar.
Sim, porque ser nerd é uma coisa engraçada - e eu realmente preciso deixar de usar esse "engraçado", porque senão ele vai acabar ficando como o "basicamente" do Misael: um clichê gasto, que a gente até se assusta, quando ele não pronuncia um a cada três palavras.
Mas como eu dizia - ser nerd é como ser Newton na boca de Virgílio, mas trocando Newton por Will Eisner e Virgílio por Quentin Tarantino. A gente vive num mundo de absoluta abstração. Onde as coisas, as idéias e a realidade se misturam em um caldo de conceitos e concretudes pior do que caldo da caridade com muita farinha. Tem conteúdo, claro, E tem forma, com certeza, mas tudo mesclado com um senso pessoal de ridículo e de que o acadêmico é válido apenas enquanto é funcional.
Ficou claro? Não? Então me desculpe, mas você não é nerd, nem namorado(a) de nerd. Está perdendo seu tempo e gastando minha preciosa largura de banda. Xô. Vá comer acesso de um outro blog. O do Sérgio Mallandro, por exemplo. Ou do Ratinho, sei lá.
A gente é assim mesmo - divide a humanidade entre homens e deuses, e adivinha em que pedestal a gente fica? Não é que não entendamos o papel do mito industrial em nossas vidas, ou sua relevância de motivador dos nossos despertos sonhos febris, mas é tão difícil encontrar uma parceria de pessoas sem rumo certo como nós, que quando o fazemos, agarramos como a proverbial bóia de salvação, como se nossas vidas fossem uma eterna deriva em mar revolto, apreciando cada onda leviatã com gritos de "mais uma!"
É por isso que nerd é pegajoso, insuportável, asqueroso, genioso e adorável (nossas namorada, esposas e amigadas que o digam - vão arrumar um melhor, vão!).
Quem mais vai elaborar aquelas metáforas profundas sobre a realidade repletas de humor de botequim? Quem vai integrar novela das oito com a crise do petróleo em uma piada que só quem tem PHD em economia transnacional vai entender?
we few
we brave few
we band of brothers
Como se gritássemos, acordando das profundezas de um sonhos, incertos se aquele retângulo branco e luminoso piscando insistentemente à nossa frente é apenas o cursor do sistema operacional em modo de comando ou a porta das percepções se abrindo a olhos vistos, como William Blake renascido em plena era da informação.
Nós somos assim.
Oh, I could be
prisioner in a nutshell
and count myself
as emperor of
an infinite space,
were not for my dreams.
(como se despertássemos e o mundo estivesse no seu fim, acabando em fogo ou gelo ou goiabada - o que fosse mais irônico ou mortal: meu voto vai pra goiabada)
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