30.5.04

Catástrofe à americana

Eu e Thatiane acabamos de assistir o cine-catástrofe norte-americano O Dia Depois de Amanhã, que embora não seja nada profundo (direção de Roland Emmerich - o que é que se podia esperar do homem de Independence Day/ID4?), tem dois conceitos interessantes.

O tema principal é uma nova era glacial, iniciada pelo descontrole polucional (olha que neologismo modernoso!) da civilização moderna. Isso resulta em padrões climáticos enlouquecidos, que como sempre, se concentram nos Estados Unidos - bom, pelo menos é só onde mostram a desgraça maior. Pra não dizer que não tem nada crítico no filme, mostra o Arqueoclimatólogo (já sei o que quero ser quando crescer!) interpretado por Dennis Quaid, avisando o vice-presidente norte-americano sobre a possibilidade de uma transformação brutal do clima em menos de 100 anos. O bisonho vice responde com uma interjeição a lá Bush, reclamando que os acordos de Kyoto já custaram muito dinheiro ao complexo industrial do mundo, e que ninguém ia se dar ao trabalho de mudar seus processos produtivos só porque um cientista qualquer está berrando "lobo". Puro clichê, eu bem sei, mas acertado.

A coisa fica divertida quando descobrem que as predições do cientista estavam erradas apenas em um ponto - a coisa toda não tomaria lugar em 100 anos, mas em 100 horas.

Bem, mais ou menos - 10 dias.

As cenas de destruição massiva são maravilhosas, coisa bíblica mesmo. Los angeles sendo liquidificada por cinco furacões simultãneos, arrancando prédios inteiros de suas fundações. Nova Iorque engolida por uma onda ciclópica (pra não esquecer Lovecraft) de água enregelante, deixando a estátua da liberdade com água até o sutiã. E rapaz, aqueles três furacões de nível titânico, três monstruosas massas de nuvens circundando TODO o hemisfério Norte, pouco acima do Trópico de Câncer (ou seria de Capricórnio?), hein? Olha, é um negócio de encher os olhos.

O segundo ponto crítico interessante é a massa de americanos fugindo para o único local no continente norte-americano que não foi pesadamente afetado - o México. Migração inversa. E não é que os mexicanos barram os caras?

Eu quase tenho um troço de tanto rir.

Eu sempre gostei de cine-catástrofe, seja catástrofe natural ou provocada pelo homem: Inferno na Torre, Meteoro, Volcano, Tubarão, Godzilla... Se tiver quantidades absurdas de gente do primeiro mundo morrendo de maneira espetacular eu tô nessa.

De qualquer maneira: um filmeco razoável, que vale a pena ver se você curte efeitos especiais e a beleza da destruição ampla e desenfreada. Pra mim é uma beleza, embora não tenha muito pra ocupar o cérebro (na verdade, quase nada). Os olhos, por outro lado...

Enfim: na quarta-feira eu vou de Van Helsing A Vanessa e o Beto falaram tão mal dele que só pode ser bom. Vamos ver.

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