E pra não dizer que tudo são problemas, por outro lado, as coisas vão muito bem na minha vida acadêmica. Ajuda a amenizar os problemas médicos recentes.
A Unp (até agora, e para minha surpresa) é extremamente eficiente e organizada. Não faziam vinte e quatro horas que entreguei as ementas das disciplinas que já havia pago na UFRN, e eles já me entregaram a confirmação de aproveitamento das mesmas, incluindo o reajuste do pagamento de mensalidades, visto que algumas disciplinas eu já - para efeitos acadêmicos - cumpri na UnP. Nada mal, nada mal.
O layout do campus é meio confuso, embora compacto, mas eu já estou me acostumando. As carteiras são (surpresa!) acolchoadas, coisa que eu não imaginava existir, as salas têm ar-condicionado (E que funcionam!) e os professores começam e terminam as aulas no horário correto.
Se não fossem as mensalidades salgadas, seria o paraíso.
O maior problema (tá, não chega a ser um problema, é só um incômodo) vem da turma. São quase quinze anos de diferença.
"E qual é o problema", vocês me perguntariam.
"Parece a pôrra da oitava série", eu responderia.
É isso mesmo. Voltei a uma sala de aula da oitava série, com todo mundo berrando, rindo e correndo pela sala na pausa para respirar que os professores fazem entre um berro e outro. Chato, mas tudo bem. Nada que um atropleamento seletivo não cure.
E tem aquelas figuras clássicas: uma garota que tem TODO o material escolar com o tema da Barbie (cadernos, lápis, bloco de notas, fichário, e Deus me ajude, as roupas também!); os playboys jiu-juteiros de lenço na cabeça com roupas da BadBosta; as patricinhas afetadas cuja maior preocupação é se uma aula de Metodologia Científica combina melhor com o tubinho preto de alcinhas ou com aquele conjuntinho amarelo lindo de morrer que ela usou na festa da Ritinha; e aquele bando de escrotões não-tou-nem-aí que buscam todas as frestas possíveis para armar uma palhaçada na sala de aula e conquistar para si o título supremo de Escroto-Mor de toda a UnP e Adjacências.
É duro. E nem um copo de conhaque por perto pra ajudar.
Algumas coisas se salvam. Uma colega de turma da época na UFRN, Luciana Celestino, com um mestrado em antropologia nas costas, agora é professora de lá (levou um susto daqueles quando me viu na sala). Encontrei três ex-colegas de trabalho, Lívia Patrícia, Rodrigo e Ariama, que terminam seus cursos de Publicidade, e alguns doutores da UFRN (que conheci na época em que frequentava a base de pesquisa em Estudos da Complexidade, na UFRN, quando eles eram meros mestres) que complementam seus salários públicos com a graninha miúda da UnP.
Acho que o mais legal disso tudo é voltar a estudar de uma forma mais rotineira. Eu sentia falta disso, dessa discussão diária, leituras agendadas, produção de pesquisas, trabalhos e relatórios. É uma merda, bem sei, mas eu realmente gosto de estudar. Acho que é uma das coisas que mais fez falta na minha vida desde que deixei a UFRN e abandonei meus sonhos de vida acadêmica pela metade.
Mas sabe de uma coisa? Nunca é tarde (certo, se eu tivesse noventa e cinco anos, Mal de Alzheimer, Parkinson, Diabetes Melitus, cinco safenas e catarata inoperável nos dois olhos seria tarde, mas também assim é dose!). Vou terminar minha graduação, entrar num mestrado, um doutorado, especialização, pós-doutorado, o escambau a quatro.
Me aguardem.
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