13.5.04

Mais poesia sem sentido

Como eu estava me sentindo aborrecido comigo mesmo hoje (faltou um professor, a outra aula foi um saco por causa do resto da turma, que insiste em manter seu QI na casa do 32), eu resolvi, só pra sacanear os outros, postar uns poemas velhos.

Todos são fruto de uma adolescência desperdiçada, e talvez muitas batidas de cabeça em postes depois de noites mal-dormidas sob o efeito de substâncias que é melhor nem citar aqui. Bem, lá vai:

 

Alvorada

O correr
Entre arbustos molhados
Não é um presságio de salvação.
Tampouco
O rufar dos tambores
E a alva manhã.

O troar dos disparos
Perfurando o ar
A pele
E o muro.
Você pode ouví-lo?
O seu coração parece bater
Bem mais rápido

Agora

Você não pode mais ouví-lo
Seu coração
A ordem
O grito
As balas
Agora.

Acorde.
Está na hora.

 

Após o Dia Seguinte

Já não importam mais
Os dias & semanas
Se os relógios já pararam
Os carros e as luzes
Quedaram em sono profundo
E as imensas cidades
Do Leste & Oeste
Estão todas mergulhadas em suas mantas de trevas.

Olhe
O sol em eterno crepúsculo
Ao meio-dia.
Nossas roupas como bandeiras
No esqueleto das árvores
E a tua dança nua
Invadindo a grama seca.
Nem o branco dos teus cabelos
(os meus já se foram, todos)
Importa neste dia.

Cante.
Não há um amanhã pelo qual sorrir.
Mas nosso choro já secou
Há tanto tempo que eu nem sei
Se houve uma primavera antes desta
Estação cinzenta.

Venha.
Vamos sonhar uma última vez
Alcançar as alturas com penas
De Gaivota & Falcão.
E que este amanhecer moribundo
Não derreta a tênue cera
que liga as asas
da nossa imaginação.
Venha.

 

Freedom

As we walk
through the
bars,
the hanging
chains,
the corroted
walls,
we trip to a land
of will unbound,
unknown
only of the
shadow,
the opressive
weight
of the hanging
cage
over us.

 

The Movement

It walks over
a dream stairway
fundated on bones,
Dead sons of
somebody’s mothers.

Screaming freedom
and revolution
as soldiers;

— braggarts —
they all are:
in its march
under the rattle
of the
heart drum.

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