13.2.04

A insustentável leveza da idade

Anteontem fui fazer compras, e quem encontro, em pleno Nordestão: Ana Lúcia, velha colega da ETFRN, companheira de falar abobrinha e tomar martini rosé na boca da garrafa em viagem de campo...

afora os habituais "o que cê anda fazendo", e o redescobrir que realmente, existem amizades que o tempo não come e cospe o bagaço fora, o interessantes é quando você começa com os "e fulano, você tem visto?"

Tem um troço engraçado com amizades velhas que há muito você não vê, que a última vez que encontrou foi no final da adolescência e fica imaginando o que aquele ou aquela pessoa se tornou, o que fez da vida.

Eu digo isso porque tem um colega de classe da Ana, que andava com a gente, aquela criatura mais sem futuro da face da terra, tão imprestável que jamais iria ficar velho, porque nem o tempo se interessava por ele. Tem gente que você imagina: "esse daí, pelo menos, dá pra ser frentista de posto de gasolina no meio da BR-79".

Esse nosso amigo nem isso.

E aí ela me pega de surpresa: o desgraçado hoje é cantor de banda de forró de razoável sucesso nesses interiores da vida. Cantor de forró.

São momentos como esses que fazem com que eu não me sinta mais velho.

Muito embora eu não saiba bem o porquê.

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