Eu ainda nem sei do que se trata, mas já fiquei de pulga atrás da orelha: Hollywood está produzindo um novo épico chamado de Álamo.
Pra quem não sabe, a Batalha do Álamo, um forte onde um grupo reduzidos de tropas americanas deu combate às forças de Santana durante os conflitos dos EUA com o México, é coisa lendária pros americanos, em especial para os mais xenófobos, que a têm tão queridas quanto a batalha na fortaleza de Rohan no Senhor dos Anéis: As Duas Torres.
Vejam a progressão da coisa: Descontentes de não terem mais a ameaça comunista para combater, eles precisam arrumar novos motivos para descontar sua frequente angústia e frustração de serem uma cultura de retalhos, de miscigenação negada. Assim, eles se metem na América Central e do Sul, sob o pretexto de "combater o tráfico de drogas", empurram armas para os "Irã-Contras", para os Guerrilheiros Afegãos lutando contra o imperialismo soviético em seu último suspiro agonizante e invadem o Kuwait, o Iraque e a putaqueopariu com o intuito de defender os direitos humanos de ditaduras e assegurar os direitos individuais básicos da humaniadde como um todo.
Eles não são legais? Por exemplo, logo após o bombardeio do WTC, o jornal satírico The Onion (um Casseta&Planeta de lá), mostrou como estava a psique americana sobre a fonte do ataque terrorista:
E também deles, um banner, logo na época da invasão do Afeganistão e Iraque:
Mas o melhor mesmo é esta matéria, falando sobre a coragem de W. Bush ao acompanhar suas tropas na invasão.
Mas voltando ao meu tema principal: sempre que eles vão entrar em guerra, descer o cacete em alguém estrangeiro, seja lá quem for, os meios de mídia começam a preparar a consciência pública com filmes, séries, reportagens e até desenhos animados (pra não falar em quadrinhos) mostrando que a guerra é uma coisa não só legal e divertida, mas também necessária - quase uma obrigação patriótica. Muitos deles têm uma conotação revanchista, mostrando que os EUA foram injustamente provocados, atacados ou mal-falados, e agora alguém tem que pagar por isso! E sempre com a figura do herói solitário, sim senhor, porque um bravo lutador da liberdade americano vale mais que cem comunas sujos ateus drogados comedores de criancinhas.
Tudo balela. Já notaram que eles só entram sozinhos em guerras onde eles têm a certeza (ou, pelo menos, acham que têm a certeza) de vencer? Coréia, Vietnã, Guerra do Golfo I e II, Kuwait, afeganistão, Iraque... A lista é longa. Claro, perde se compararmos ao velhos impérios colonialistas, como França e Inglaterra, mas a América é jovem: ainda tem muito tempo pela frente.
Aliás, esse "domínio" do Iraque me parece meio fajuto: todo dia cai helicóptero, soldado, caminhão e tanque americano. E não é tropa regular não, é a população pegando em armas, usando lança-mísseis carregado em lombo de burro e camelo, rifles que sobraram de estoques russos, coisa bem Vietnã mesmo.
Acho é pouco.
Contudo, o problema maior ainda não foi analisado: os americanos estão ficando sem ter quem dar um cacete. Espero, pelo bem da humanidade, que logo, logo, sejamos invadidos por alienígenas empenhados na conquista do planeta. Aí os americanos vão ter concorrência à altura. Ou pelo menos, ter o que esfregar na cara do resto do mundo "viu, como eu salvei o mundo pra vocês, bando de mal-agradecidos? Hein? Viu?", como eles fazem até hoje com os franceses por causa da segunda guerra mundial.
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